Este envolvente ensaio de Ana Luiza Ramazzina procura examinar alguns aspectos das diferentes respostas que o livro La Terre, um dos mais controversos da obra do escritor naturalista francês Émile Zola, provocou na crítica literária. Engajado nos problemas sociais de seu tempo, o autor parisiense não ficou alheio à crise que se instaurava no mundo rural na segunda metade do século xix e compôs, a partir dela, uma obra ficcional cuja contundência como crítica social ainda hoje impressiona. Quando publicou La Terre, em 1887, porém, nem mesmo seu prestígio como um dos mais talentosos escritores da época o salvou da implacável repreensão da crítica francesa. Mais do que sensibilizar o público para a vida dos homens do campo, o romance conseguiu despertar a fúria de eminentes críticos que o transformaram em uma espécie de símbolo daquilo que consideravam ser as mazelas do Naturalismo.
No Brasil, por outro lado, a mesma obra foi festejada e abraçada com muito mais benevolência e entusiasmo. Críticos prestigiosos como Sílvio Romero, José Veríssimo e, sobretudo, Araripe Jr. Reconheciam o nome do mestre francês como a grande influência para a literatura brasileira e viam La Terre como um marco da evolução do Naturalismo e um modelo ideal para nortear nossa produção literária do período.
Além de procurar entender a dinâmica que estrutura esse descompasso, este estudo contribui para o debate mais amplo sobre os modos de apropriação da matriz civilizacional europeia e aponta a importância das diferentes perspectivas sobre o diálogo com culturas dominantes na construção da experiência nacional brasileira.
Assunto: Língua e Literatura |
Ano: 2014 |
Acabamento: Brochura |
Páginas: 232 |
Edição: 1ª |
ISBN: 9788561673857 |
Peso: 0.300 Kg |
Formato: 14x21 |
Sugestões? Dúvidas? Perguntas? Críticas?
Entre em contato conosco.
A Editora UNIFESP
mais perto de você