Fantasmagorias da Modernidade apresenta uma análise impecável e cuidadosamente estruturada da obra de Walter Benjamin, mais especificamente das Passagens. Para percorrer esse trabalho inacabado do grande filósofo, que veio a ser publicado como um conjunto de reflexões e anotações às quais ele ainda pretendia dar uma forma final, a autora Aléxia Bretas toma como ponto de partida o termo “fantasmagorias” e suas diferentes manifestações na história social e das culturas. Noção empregada pelo próprio filósofo em texto que expunha seu projeto de elaboração das Passagens, fantasmagoria é um termo dialético, carregado de ambiguidades e sentidos – em sua origem, utilizado para designar espetáculo ótico em que o passado se apresenta ao presente. Na obra de Benjamin, essa palavra se encontra no centro de um heterogêneo sistema de signos em torno do qual orbitam as noções de sonho e fantasia, primordiais para a construção de sua análise acerca das transformações radicais e ambíguas ocorridas nas sociedades capitalistas do século XIX e início do século XX, que se traduzem de modo concreto nas modificações das ideias e da vida cotidiana de Paris, com a modernização de sua paisagem urbana – o advento das galerias e passagens cobertas, das lojas de departamentos, das exposições universais, do kitsch, do reclame. Destrinchando a construção do trabalho de Benjamin, passando por obras clássicas como Paris, Capital do Século xix e Rua de Mão Única, este livro mostra por que fantasmagoria se revela o termo que dá conta de apresentar uma análise da modernidade multidimensional e efêmera, pautada pelo ciclo de produção e consumo de mercadorias.
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