Mesclando experiência do vivido e reflexão, e fundado em uma original comparação entre os processos de acerto de contas com as violências do apartheid sul-africano e da ditadura civil-militar brasileira, Edson Teles analisa o importante papel da memória e do perdão nas democracias contemporâneas. Na África do Sul, reconhecer que o passado de crimes do apartheid era condenável, e passível de perdão, permitiu uma ação política de reconciliação, essencial para pensar um futuro sem violência. O Brasil, sem ética do perdão nem discurso de responsabilização sobre os crimes da ditadura, preferiu calar-se diante das injustiças, criando uma silenciosa cultura política e social de impunidade. Evidencia-se, pois, o reconhecimento público da memória da violência como condição fundamental para a recomposição do laço social.
Sobre Autor
É professor de filosofia política no curso de graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde coordena o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp). Coordena também o FiloPol - núcleo de filosofia e política (Unifesp/CNPq). É militante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura e ativista das resistências aos modos autoritários de gestão da vida. Tem como caixa de ferramentas conceituais os pensamentos de Michel Foucault, Giorgio Agamben, Beatriz Nascimento, Achille Mbembe, Frantz Fanon, Félix Guattari e Hannah Arendt, bem como nos saberes emergentes de lutas por uma vida digna. Seus principais temas de pesquisa são: violência de estado, lutas e movimentos sociais, ditadura, estado de exceção, democracia, militarização, memória, narrativa, regimes de subjetivação, governo por algoritmos.
Adquira a versão em e-book nos principais canais digitais especializados, como: Amazon Kindle, Google Play, Rakuten Kobo
|
Sugestões? Dúvidas? Perguntas? Críticas?
Entre em contato conosco.
A Editora UNIFESP
mais perto de você