David Le Breton mostra, neste livro, que a dor não deve ser compreendida apenas como mero fluxo sensorial, que serve ao homem na qualidade de mecanismo de defesa contra os rigores de um mundo frequentemente inóspito e agressivo. Mais que isso, à dor deve ser atribuído um significado afetivo, que introduz um fenômeno fisiológico na consciência moral das pessoas, lembrando-lhes o verdadeiro valor de sua existência. Examinando essa sensação penosa a partir de diferentes perspectivas – desde seu retrato em textos bíblicos e no Corão, até a forma com que chega a ser almejada pelo esportista –, este ensaio constitui um novo capítulo da antropologia do corpo, em que a dor desempenha um papel profícuo em captar a dimensão simbólica da relação entre a completude do homem e seu aspecto material inerente.
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