O que enclausurar significa é o grande questionamento que podemos ler em A Sombra do Mundo. Nesta obra, Fassin se propõe restituir à condição carcerária e à extensão do mundo punitivo a atenção do antropólogo crítico, a análise ampliada do sociólogo e a precisão do historiador. O autor evidencia como, na França do século XXI, as prisões estão superpovoadas de negros, árabes, pobres, desempregados. Esses são os grandes atingidos pelos esgotados processos de punição e de condenação moral. Da identificação e incriminação de pessoas à distribuição de sentenças de prisão, Fassin conclui que toda a lógica visa lembrar a cada um o seu lugar na sociedade. Não há como estudar a justiça sem atentar para as experiências cotidianas da injustiça que a retroalimentam. Tudo isto é feito com a sobriedade e elegância hermenêuticas características do autor. Mais uma vez, ele deixa claro que o caminho a seguir é etnográfico. Vê nesta experiência de pesquisa e narrativa o melhor meio para compreender e dar a ler o mundo contemporâneo. Não é a primeira vez que Fassin nos oferece com maestria uma antropologia moral e política atual, acompanhada de vivas e literárias descrições. Mas é por ousar interpretar as lógicas da violência, os dispositivos de segurança, a clausura e a fragmentação dos direitos que Didier Fassin é hoje um dos intelectuais mais estimulantes das humanidades. Susana Durão (Unicamp)
Sobre o autor: Antropólogo, sociólogo e médico, DIDIER FASSIN é professor no Institute for Advanced Study de Princeton e na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. É autor de cerca de vinte obras, traduzidas em sete línguas.
Assunto: Antropologia |
Ano: 2019 |
Acabamento: Brochura |
Páginas: 480 |
Edição: 1ª |
ISBN: 9788555710520 |
Peso: 0.702 Kg |
Formato: 16x23 |
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